CANIDATO A DEPUTADO EM 2026 *Miro da Candoca*.
Perdão pelas referências políticas. O cidadão pretensamente inconformado que mora em mim exigiu esse pedágio antes da entrega ao tema desejado: atitudes cotidianas a partir de escolhas lúcidas.
Immanuel Kant falou sobre o esclarecimento, a lucidez. De forma assertiva, acreditava que a maioridade existencial só poderia ser alcançada pelo indivíduo que se tornasse um cuidador, saindo do papel de vítima e avançando em sua caminhada, apropriando-se dos seus passos e oferecendo a si e ao mundo o melhor que ele pode ser a partir do que ele é.
A observação do cotidiano revela que anda faltando paixão na vida das pessoas. Não a paixão no sentido atual, que quase se transformou em antítese do amor, sendo aquela ruim e este nobre. Atualmente, patologia é o estudo das doenças, evidenciando a decadência do conceito.
Indivíduos que não estão apaixonados por nada escolhem praticamente como soluçam ou suspiram, sem compreendera extensão das escolhas. Ainda, tornam-se presas fáceis aos interesses alheios.
Fico com Madre Tereza de Calcutá e sua proposta de “amor em ação”. Aliás, decisões pequenas e coerentes que respeitam a vida caminham muito mais no sentido de explicar e corrigir o mundo do que a erudição cientificista, que não consegue mais dar conta do sentido da existência. Para decidir, entretanto, há de se ter sentimento. Sentir a vida, o entorno, estabelecendo um diálogo contínuo e honesto entre o de dentro e o de fora.
A palavra idiota significava, em sua origem grega, idiotes, a pessoa que não ocupava cargos públicos, estando dedicado a questões particulares, como família e trabalho. Mais um conceito que se alterou com os anos, sendo a principal alteração o fato de muitas pessoas serem duplamente idiotas, ou seja, não participarem da vida pública e também seguirem anestesiadas em sua vida individual, alheias, alienadas às eleições essenciais traduzidas em oportunidades de transformação das atitudes e, por consequência, dos locais por onde transitam. Repito: tornam-se presas fáceis aos interesses alheios.
Chegou ao fim a era dos super-heróis, que detonam os inimigos com golpes mirabolantes e irreais. Essas promessas só persistem em programas eleitoreiros em busca de incautos. Arsenal importante mesmo na era atual é a lucidez do cidadão comum, que escolhe não ser idiota e decide ser o melhor que se pode ser, em sua vida privada ou pública. Bem antes de exigir voto consciente, parece fazer mais sentido trabalhar pela consciência em ação. Caso contrário, continuará o espetáculo das carroças puxando os bois.
Conteúdo Relacionado
• Diversidade: a diferença nos humaniza
• Poli Social lança edição 2021 do Edital de Projetos Consultoria
• Está na hora de agir?
• Como você anda encarando seus medos?
• Entre o verniz e a vontade
• Vamos mudar o mundo?
• À espera de um milagre
• O Dia Em Que Eu Comi Pão De Queijo Com Medo Dos Zumbis
• Manual dá dicas para ocupar e recuperar praças